Exposição de perfumes A Presença Invisível
(perfumes Art Nouveau e Art Deco)
Um dos maiores colecionadores de perfumes a nível mundial é açoriano. Chama-se Afonso Oliveira e depois de uma vida a colecionar autênticas preciosidades olfativas, vê agora o seu trabalho exposto pela primeira vez.
Afonso Oliveira, nascido em São Miguel, e a exercer a sua atividade profissional em Lisboa, dedica-se ao mundo da perfumaria de luxo e é vice-presidente da Associação Internacional de Frascos de Perfume.
A sua coleção é uma das maiores e mais valiosas do mundo - composta por mais de 4200 frascos de perfumes históricos (quase todos do período pré-industrial de 1890 a 1940).
Agora vê uma parte pequenina do seu espólio exposta. São mais de 200 recipientes de vidro da coleção privada de Afonso Oliveira, que estão em exposição até 12 de junho no Edifício Castelão, em Pontevedra, Espanha.
Entre os recipientes expostos, podemos encontrar frascos de perfume, caixas de arroz e sabão em pó, mas também alguns exemplos de publicidade do período de ponta a ponta do século XIX, até meados da década de 1940.
O título da exposição é inspirado na frase de Coco Chanel “a elegância não é possível sem perfume. É o acessório invisível, inesquecível” e pretende dar a conhecer a “carta de nobreza” que o perfume obteve, ao longo do século XX, com o nascimento das grandes casas de perfumes francesas.
Nessa época, os frascos de perfumes foram transformados em peças de arte, que já são parte essencial da história das artes decorativas do século XX.
O destaque da exposição vai, como já indiquei para os frascos Art Nouveau e Art Deco, que influenciaram decisivamente o sucesso da indústria da perfumaria, e refletem o trabalho moroso levado a cabo por grandes artistas, designers e fabricantes de vidro.
A exposição está dividida em várias secções, sendo a primeira a "Art Nouveau (1890-1910)" - um estilo que abarcou todas as áreas da arte, caracterizado pelo uso de linhas e formas alongadas e traços ondulados e assimétricos inspirados na natureza.
Esse estilo vai determinar o design dos frascos de perfume de artistas como René Lalique, Baccarat, Julien Viard e Émile Gallé, moldando a nova estética em vidro, e criando peças que são verdadeiros ícones da arte.
Há também um espaço específico na exposição para "garrafas de vidro tchecas”; sobre "Coty e Lalique" - duas joalharias de vidro que avançaram no mundo da perfumaria para o grande público.
Por fim, de destacar ainda a secção dedicada aos "Grandes Designers e Vidraçadores para Grandes Marcas", com explicações sobre Bacará e Julien Viard e uma secção dedicada à Art Deco de 1925.
Por tudo isto, se der um saltinho a Pontevedra, não perca esta exposição.
Da minha parte, fico a torcer para ver o espólio deste colecionador português num museu próprio, em território nacional, como bem merece.