Crónicas de grávida #1
Os primeiros 3 meses de gravidez são, por norma, dos mais complicados - enjoos, náuseas, sonolência e o cansaço próprio de um corpo que se está a adaptar à nova condição.
Foi nesta altura, e num final de dia, numa fila que nunca mais acabava, no Continente, que, já algo tonta, optei por recorrer às caixas self service e, desta forma, ir rapidamente para casa, antes de me sentir ainda pior.
Numa altura em que a barriga ainda não se notava, dei por mim a pensar no quão agradável seria ir a correr para a caixa do supermercado, reservada às grávidas, ou, noutras ocasiões, sentar-me no local do metro e autocarro dedicado às pré-mamãs.
No entanto, até agora, nunca o fiz... E questiono-me se fará sentido só me valer do meu estado e destas "prioridades" depois da barriga se notar, sem dúvidas ou receios... Ou se, no caso de o fazer antes, vão olhar para mim com ar desconfiado, como que a dizer: "Tem a certeza que está grávida?".
Sei que existem países onde as grávidas podem andar com um crachá indicando que estão grávidas (isso acontece, por exemplo, no metro de Londres).
Noutros, como o Japão, vi o respeito acérrimo que as pessoas têm aos sinais do metro. Se está lá colado o sinal da grávida, o banco está quase sempre vazio, mesmo que metade dos passageiros esteja de pé.
Mas, em países como Portugal, em que cada pessoa está mais interessada em chegar ao banco livre mais próximo do que ligar às prioridades, algo escondidas, ao lado dos assentos, como proceder?
Não sei o que pensam sobre isso, mas, pessoalmente, acho que a ideia do crachá é boa e podia funcionar por cá.
Enquanto isso não acontece, e a minha barriga ainda está pequena, resta-me ir torcendo para encontrar locais livres nos transportes, bem como filas pequenas no supermercado.
Por aí, qual a vossa opinião? Quando se fizeram valer do estado de grávida para terem a "dita" prioridade nas filas ou transportes públicos?