AtUAliza-te
Ontem fomos até Aveiro. Escrevo fomos, porque fui com a Laurinha até à Universidade de Aveiro, para participar no AtUAliza-te - as Conferências de Marketing que tiveram lugar quarta e quinta, naquela instituição de ensino.
O objetivo era falar um pouco do mini-saia e do meu percurso, desde o nascimento do blog até aos dias de hoje.
Falar perante uma plateia de alunos é sempre um prazer. De certa forma, vez-me recordar os tempos de docência em Bissau onde, no anfiteatro 1, ia ensinando novas teorias de Introdução ao Estudo do Direito, enquanto caminhava de uma ponta à outra da sala.
Ontem, as condições do anfiteatro eram outras, não estavam mais de 35 graus na sala, o país era distinto, mas senti o mesmo interesse e gosto pela aprendizagem em todos aqueles (e eram muitos, na sala) que estavam lá para nos ouvir (a mim, à Sofia e ao Zé - os outros convidados do Painel de blogs).
Fiquem impressionada pela Organização do Evento, que conheci através da Dina Oliveira - a pessoa que me endereçou o convite e a quem agradeço, mais uma vez, pelo mesmo e por toda a atenção nestes dias.
Quando a Dina me convidou, há vários meses atrás, e sem saber muito bem no que me estava a meter, acedi e disse logo que sim, definindo, na minha cabeça, que levaria a filhota. Tenho família do meu marido perto de Aveiro, com alguma disponibilidade em termos de horários e, por isso, achei que me poderiam dar uma ajuda com a filhota - o que, felizmente, acabou por acontecer.
Mas viajar com ela no comboio, com uma mochila carregada nas costas e um carrinho de bebé com ovinho (em condições normais, teria levado marsúpio, mas como sabia que iríamos andar de automóvel em Aveiro, levei o ovo) não foi, de todo, tarefa fácil.
Para começar, e apesar de ter bilhete desde o Oriente, pedi ao meu marido, por comodidade, para nos deixar em Santa Apolónia, onde teria tempo para entrar, sem stresses, no comboio. Ora acontece que aquele comboio, aquela hora, vem de Faro e NÃO passa em Santa Apolónia...
Apercebi-me disso faltavam menos de 20 minutos para a sua passagem no Oriente e, feita louca, larguei-me numa corrida até aos táxis, onde encontrei um senhor na mesma situação. Felizmente que o encontrei - dividimos o táxi (apanhámos uma taxista simpática e despachada que nos pôs no Oriente em poucos minutos) e ele, simpaticamente, ajudou-me a carregar o carrinho até à linha do Alfa que, graças a Deus, estava uns minutos atrasado.
Depois, com o ovinho numa mão e a estrutura do carrinho desmontado na outra, foi hora de entrar no comboio. Mais uma vez, valeu-me a boa vontade de uma senhora que me perguntou se precisava de ajuda e que se prontificou a ajudar-me a carregar a estrutura até ao comboio.
A viagem fez-se, mais descansada, a recuperar do stress dos últimos minutos. No regresso, contei com a ajuda preciosa da Sofia, o que fez, sem sombra de dúvida, toda a diferença.
Viajar sozinha com uma bebé no comboio não é fácil*, mas ficou provado não ser impossível. Nem toda a gente é simpática e se presta a ajudar, mas há pessoas fantásticas, que se cruzam no nosso caminho. Aquele senhor foi um desses casos, bem como a senhora que levou a estrutura do carrinho para dentro do comboio. Um bem haja a ambos, no caso de, algum dia, vierem aqui parar e se lembrarem da mãe, alta e apressada, que transportava a filhota num carrinho...
*A única tentativa que fiz de mudança de fralda na casa de banho acabou por cair por terra. O fraldário suspenso estava encravado e eu, com uma única mão livre, não consegui abri-lo - e tentei em ambas as casas de banho da carruagem...