Até quando pode um bebé dar a volta?
(A Emília, com menos de uma semana de vida.)
Esta foi uma das perguntas que mais fiz no final da minha última gravidez.
Como partilhei por aqui, nos posts que escrevi sobre o parto da Emília, tive uma gravidez bastante tranquila, mas, com o aproximar das últimas semanas, dei por mim preocupada porque a bebé ainda não tinha dado a volta.
Depois de um parto natural com a Laura (que teve que ser induzido, porque já estava nas 41 semanas), era meu desejo ter um segundo parto também natural.
Atenção que não sou contra as cesarianas. Acho fantástico existir esta possibilidade, mas considero que deve ser uma excepção e não a regra, por todos os riscos e contraindicações ligados à mesma. Por isso, não era algo que desejasse fazer, mas estava ciente que, se realmente fosse necessário, avançaria, sem hesitar.
Mas a verdade é que o final da gravidez já estava próximo e nada da bebé virar. Estamos a falar de uma bebé grande (nasceu com quatro quilos), que às 30 e tal semanas já tinha três quilos e que, por isso, tudo indicava que não viraria.
A minha querida Dra. Alice Cabugueira, da Maternidade Alfredo da Costa (onde ela nasceu), que partilha comigo as vantagens de um parto natural, lá ia dizendo que a bebé poderia acabar por virar. Mas as esperanças já eram poucas, a ponto de se ter posto em cima da mesa a hipótese da versão cefálica externa.
Para quem nunca ouviu falar de tal coisa, a mesma passa por uma manobra externa, feita por um médico experiente, e completamente monitorizada com ecografia e CTG, que tenta virar a cabeça do bebé, encaixando-o no sítio correto. A mãe normalmente leva algum tipo de anestesia, para ficar mais relaxada e não sentir a manobra, que costuma ser dolorosa (se procurarem, encontram alguns vídeos que mostram a mesma).
Eu, depois de muita leitura e de troca de impressões com mães que fizeram, optei por não avançar (isto às 35 semanas).
Depois disso, nova consulta e uma Emília quase encaixada. Sol de pouca dura porque, perto das 39 semanas, noutra consulta, lá se percebeu que ela, afinal, estava novamente com a cabeça para cima.
Posto isto, avançou-se com a marcação da cesariana. Eu continuava com a esperança que ela virasse, contra todas as expetativas. Para terem uma ideia, uma amiga médica com quem falei disse-me que era impossível a bebé virar às 40 semanas.
Mas eu mantive-me firme na crença e dei por mim a fazer todos os exercícios que encontrei (e conseguia fazer no meu estado "volumoso") na Internet - pesquisem Spinning Babies e vejam os exercícios recomendados. A par desses exercícios, dancei muito com a Laura e sentava-me sempre na bola de Pilates (que recomendo a todas as grávidas).
Uma das noites antes da data marcada para a cesariana, dei por mim a acordar e a sentir o que me pareceu ser a bebé a virar-se...
O que é certo é que no dia da cesariana, lá fui para a MAC e, antes de ser internada, fui fazer uma eco. Nessa altura, a minha crença acabou por se revelar acertada - a bebé já estava encaixada e pronta a nascer.
Conclusão? Voltei para casa e só voltei dali a dois dias, porque as contrações tinham começado e ela estava prestes a nascer, num parto que acabou por ser natural (e lindo)...
Tudo isto para vos dizer que os bebés podem virar até ao fim da gravidez, sim. Que por mais sentados que estejam podem sempre dar a volta. Que é importante fazer uma ecografia no dia da cesariana, para perceber se esta é mesmo necessária (quando a razão que determinou a sua marcação é a posição do bebé).
Ah, e tentar manter a calma, apostando em exercícios que ajudem na mudança de posição fetal, pode, de facto, fazer a diferença (embora cada caso seja um caso)!
Se estiver a passar pelo mesmo, não desespere, e que tudo corra pelo melhor!