Açores
Já estamos em casa. Entre viagem aos Açores e viagem ao norte do país, os últimos dias foram agitados, com muitas malas feitas e desfeitas, muitos sorrisos, afetos, abraços e bolos (ui, muitos bolos, mesmo).
Nos Açores, o clima deu tréguas e presenteou-nos com dias de temperaturas amenas, sol e pouca chuva (à excepção do dia do regresso, em que a ventania me fez questionar se o avião voaria ou não - o que acabou por acontecer com pouca turbulência).
Os dias foram passados quase sempre em casa, mas, num dos passeios que fizemos, registamos a foto acima - eu, sem maquilhagem, com os óculos (ligeiramente sujos, por sinal), mas de sorriso aberto, a fazer "macacadas", para ver se a Laura alinhava e pousava para a foto - o que não aconteceu.
Estávamos no interior da ilha, junto à Lagoa do Negro e à Gruta do Natal. A Lagoa está mais pequena do que a imagem que guardo das memórias da minha infância, mas a paisagem continua linda e a merecer a visita.
Numa das vezes que lá fui, bem novinha, lembro-me que fomos em família, fazer um piquenique. E eu, curiosa como sempre fui, decidi caminhar até à água. Porém, as margens estavam cheias de lama e eu, sem que me desse conta, em poucos segundos, fiquei enterrada até à cintura, só tendo tempo de me sentir puxada por meu pai, que estava por perto...
Desde então, passei a apreciar lagoas à distância, e nunca mais me aproximei muito, nem desta, nem de outras.
Memórias à parte, deixo-vos com uma das versões da lenda que serve de mote ao nome da Lagoa e que, verdadeira ou não, não deixa de ter o seu quê de romântico:
Havia uma família cuja filha se perdeu de amores por um dos seus trabalhadores, escravo por sinal. O pai, sabendo da paixão da filha, proibiu a relação e mandou que apanhassem o escravo. Ele, porém, decidiu fugir, refugiando-se na mata, onde chorou vários dias, pela sua amada. E foram essas lágrimas que deram origem à Lagoa, que ainda hoje se mantém, no interior da ilha.