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mini-saia

O blog de Mónica Lice.

15
Nov16

A história do verniz

Mónica Lice

Captura de ecrã - 2016-11-12, 19.17.45.png

 

Nos dias que correm, o verniz faz parte da maquilhagem e já não concebemos o mundo da cosmética sem ele. No entanto, nem sempre foi assim. Como nasceu? É esta a resposta a que vou tentar responder, de seguida.

 

Olhando para trás, é curioso perceber que a tradição de pintar as unhas remonta ao Antigo Egipto (cerca de 3500 AC), numa altura em que se recorria ao poder corante da henna para as colorir. Ter unhas pintadas era sinónimo de estatuto social e, quanto mais escuras fossem, maior o poder (só os faraós e as suas famílias podia usar cores mais escuras).

 

Cléopatra, por exemplo, era conhecida por gostar e usar sempre um tom de vermelho escuro (obtido, por vezes, através de besouros esmagados - sim, leram bem - besouros...). E há até uma história, em jeito de lenda, que diz que ela terá proibido o uso desta cor por outras pessoas que não ela.

 

Captura de ecrã - 2016-11-12, 19.01.44.png

Claudette Colbert no papel de Cleópatra, em 1934.

 

 

Na Babilónia, a tradição de pintar as unhas manteve-se e até os soldados o faziam antes de ir para a batalha. No Império Chinês, pintar as unhas era normal, com cores que iam desde o dourado e o prateado, até ao vermelho e ao preto. Nessa altura, os vernizes eram feitos de misturas de plantas, cera de abelha, clara de ovo, gelatina, goma arábica e pétalas de flores.

 

 

Apesar disso, a verdade é que os vernizes nunca foram muito referenciados pelos livros de história e só no séc. XIX é que se conhecem as primeiras receitas, "cozinhadas" pelas primeiras manicures, que começaram a trabalhar em França. Na altura, juntavam ingredientes como dióxido de estanho, lavanda, carmim e oléo de bergamota, sendo aplicados com pincéis feitos com pelo de camelo.

 

No final do séc. XIX, surgiram as primeiras pastas de brilho para as unhas, bem diferentes dos vernizes líquidos de hoje. Graf's Hyglo, bem como a Cutex, são das primeiras marcas conhecidas a comercializar para uso doméstico um produto desta natureza, de cor rosada, lado a lado com um removedor de cutículas - outro produto que rapidamente se difundiu.

 

Anos mais tarde, por volta de 1920, nascia o primeiro verniz de consistência líquida. Estávamos em pleno crescimento da indústria automóvel e o uso crescente de elementos como a nitrocelulose na pintura dos carros acabou por influenciar o crescimento dos vernizes das unhas (aquele elemento era o responsável pela aderência do produto na unha).

 

O seu nascimento é atribuído à maquilhadora Michelle Menard, que trabalhava em Paris e que terá recorrido a um esmalte usado na pintura de automóveis para maquilhar as unhas.

 

Captura de ecrã - 2016-11-12, 19.47.28.png

 Michelle Menard na revista LIFE.

 

Durante a década de 20, os rosas eram os tons que mais se usavam. Mas tudo mudou quando a Princesa Faucigny-Lugince começou a aparecer publicamente com as suas unhas pintadas de vermelho escuro - acabando por influenciar a tendência do uso de cores mais escuras nas unhas.

 

Quanto à maquilhadora Michelle, a mesma começou a colaborar com o empresário Charles Revson, fundador da Revlon, e, em 1932, esta marca lança os seus primeiros vernizes, tornando o empresário conhecido como "the nail man".

 

Captura de ecrã - 2016-11-12, 19.54.15 (1).png

O primeiro anúncio da Revlon, na revista The New Yorker, em 10 de agosto de 1935.

 

De lá para cá, o mercado dos vernizes de unhas não mais parou de crescer. Foi nos EUA que deu os primeiros passos, graças às atrizes de Hollywood, que, através dos seus filmes, rapidamente popularizaram o uso de unhas mais escuras e sempre convenientemente maquilhadas.

 

Hoje, os avanços tecnológicos têm mostrado que não existem limites no que às unhas diz respeito. Mas o objetivo, em ultima análise,  é sempre o mesmo - tornar a mulher mais bonita e atraente...

 

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