Ricardo Preto na ModaLisboa (+ entrevista)
O segundo dia da ModaLisboa, que começou com V!tor, e acolheu ainda os desfiles da Katty Xiomara e Dino Alves, terminou com chave-de-ouro, na minha opinião, com o desfile de Ricardo Preto.
A Luz Atlântica (assim se chama a coleção), de Ricardo, pretendeu ser uma coleção sóbria, com fazendas sem brilho e sedas mais densas. No entanto, lado a lado com a sobriedade dos tecidos, foram vistos tricots com prints (que adorei e usava amanhã, sem pestanejar), bem divertidos, vestidos coloridos e plissados e silhuetas que mostram toda a feminilidade da mulher.
Para servir de cenário à coleção, considerada pelo criador como futurista (porque projectada para o futuro), o cenário da sala foi alterado, e o centro transformou-se numa espécie de floresta mágica.
Para ajudar a perceber um pouco mais da Luz Atlântica, falei no final do desfile com o Ricardo, e foi este o resultado:
O que o inspirou nesta coleção?
O Séc. XXI, 2013 e o seguir em frente. Este despertar é feito por muitas coisas à minha volta, a maneira como usamos os telemóveis, os sistemas de som usados, a forma como ouvimos música no carro ou em casa, a mobilidade das pessoas, que vão trabalhar para a Alemanha, depois para a Índia, ... Está tudo a acontecer e esta coleção pretende ser isso - ir em frente.
Não quis revisitar nada nem ir a década nenhum. Apesar disso, penso que é notória a minha personalidade nesta coleção. Eu sou um homem dos Anos 80, mas, na verdade, nem quis pensar sequer nisso.
A coleção foi pensada para que tipo de mulher?
A coleção é sempre pensada para o tipo de mulher que mais me atrai: a mulher que é mãe, que é feminina, que trabalha, que tem objectivos. A mulher actual!
A mulher sempre foi muito trabalhadora, e sempre foi muito forte. Hoje em dia acho que está um pouco mais. E o que quis foi realçar essa parte de "guerreira", sem nunca perder o lado feminino.
Se tivesse que destacar uma peça em particular ou um só coordenado, qual seria?
Gosto de toda a coleção, e estou muito contente com ela, no seu todo.
No contexto actual, a crise preocupa-o?
A crise acaba por nos estimular. E, ao pensar nela, o objectivo é tentarmos ultrapassá-la. Temos que pensar nas pessoas que não podem gastar tanto. Mas vestir e andarmos arranjados faz parte da nossa essência.
Há alguma celebridade internacional que gostasse de vestir?
Talvez a Julianne Moore, a Tilda Swinton ou a Marisa Berenson.
Fotos pessoais e Caras (Campiso Rocha).