O regresso das Sanjo
Não sou propriamente da "geração Sanjo", nem tive nenhumas quando era mais jovem. Talvez por ser dos Açores, onde, por influência dos EUA, eram as marcas norte-americanas a dar cartas, ou, talvez, por ter nascido já na década de oitenta.
Independentemente da causa, a verdade é que conheci a marca há pouco tempo, aquando do seu relançamento em Portugal e fiquei surpreendida, no bom sentido, ao descobrir o quão importante foram as sapatilhas Sanjo no passado.
Existem dados que provam que, em 1948, o ténis (em lona e borracha vulcanizado em autoclave) era produzido na Fábrica de Artefactos de Borracha da Empresa Industrial de Chapelaria (EIC), agora transformada no Museu da Chapelaria. Por outro lado, uma foto do livro dos 75 anos da Associação Desportiva Sanjoanense (de São João da Madeira - o que explica a origem do nome) permite associar a Sanjo com o calçado usado pela equipa de basquetebol.
Depois de calçar portugueses, durante cerca de 40 anos, a EIC entrou em falência e a marca Sanjo foi comprada, em hasta pública, por Paulo Fernandes, em 1997, que relançou as sapatilhas e as tem actualizado, desde então, a cada colecção.
Infelizmente, de momento, e segundo a marca, limitações da indústria do calçado nacional, no que diz respeito à produção em lona e borracha vulcanizados, fazem com que parte dos produtos SANJO sejam fabricados no Extremo Oriente. Fico a torcer para que a situação se altere, ao mesmo tempo que vos deixo com alguns modelos, dentro dos quais destaco os bi-colores, da nova colecção Primavera-Verão.
E vocês, tiveram ou têm umas Sanjo?